quarta-feira, 17 de novembro de 2010


"Eu vou à cidade hoje à tarde
Tomar um chá de realidade e aventura
Porque eu quero ir pra rua
Eu quero ir pra rua
Tomar a rua

Não mais
Não mais aquela paúra
De ser encarcerada pra ficar segura

Já cansei de me trancar
Vou me atirar
Já cansei de me prender
Quero aparecer
Aparecer, aparecer..."

_Eu Quero Ir Pra Rua
_Paula Toller


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Eu não sei ao certo quem sou nem se o que eu desejo é o que realmente quero, mas sei que não dá pra você me resumir em apenas uma briga.
Não sou capaz ainda de prever todas as minhas ações, não vivi tanto para medir reações. Faça você o favor de resolver seus "psicoproblemas" e não me incluir em dilemas que baixam ainda mais minha pressão e só me fazem querer dormir mais... mais... esquecer... mais. Você sempre se achou muito inteligente, cheio de funcionalidades, e eu? Estarei sempre a mercê de seus comandos? Pois saiba bem que você depende, dependeu e dependerá de mim, que enquanto você está tão ocupado em protagonizar tudo e ser o dono da situação, eu, porém, tenho inseparável de mim o pulsar das emoções e dos desejos, ao contrário de sua sempre tão inerte lógica.
Quem você acha que é? A biologia lhe predispôs, e com isso, embora tendo começado nossa carreira juntos, a ti foi dado um local de destaque, de muita autoridade, reconheço, mas não nem nunca será por isso que aceitarei não falar mais alto daqui em diante. É, é isso, falei, não suportarei mais fazer dos outros e de mim uma peça no seu jogo de xadrez. Você sempre tão onipotentesobre mim, nem percebe que se eu parar, você para, mas se é você quem tem uma crise, eu posso continuar por muito e muito tempo, alheio à sua situação. Sabemos até que posso ser substituído, mas não seria tão fácil assim pra você, além de correr sérios riscos de tudo ao seu redor não suportar minha partida.
Não quero provocar nem tampouco sugiro nossa separação. Não. O que quero é que reflita, já que faz isso tão bem.Sei que dependo de muitos de seus estímulos, e não me faria nenhum bem romper com qualquer um dos laços que nos unem. Crie, inove, se reinvente, conheça novas pessoas, eu conhecerei através de você, e quem sabe não amamos juntos? Precisamos tomar a mesma direção uma vez na vida afinal. Ah, desfaça essa cara sisuda, e por favor, não se prenda a nenhum preconceito em relação a mim, não é um artigo masculino que nos definirá. Quero que sinta que nos completamos, toda a sua razão e eu, com minha louca emoção. Escute aquelas velhas músicas e faça aquelas caretas que lhe divertiam tanto quando ainda era tão inocente e nada maquiavélico. Tenho toda a certeza, como o sangue que corre em mim e em você de que isso lhe fará todo o bem da vida, e eu estarei cada vez mais feliz.
Estarei sempre aqui, esperando mensagens suas e nas minhas enviando o máximo de vida que eu puder. Você sabe, todos os caminhos começam e terminam em mim. E não poderia finalizar de outra forma senão dizendo: Te Amo.


Com todo carinho, ao meu Cérebro,
do sempre seu, Coração

sábado, 10 de abril de 2010

Carta a quem já não conheço mais..



Oh! sim!
Eu estou tão cansado
Mas não prá dizer
Que eu não acredito
Mais em você...

Com minhas calças vermelhas
Meu casaco de general
Cheio de anéis...

Vou descendo por todas as ruas
E vou tomar aquele velho navio
Eu não preciso de muito dinheiro
Graças a Deus!
E não me importa, Honey...

Minha Honey Baby
Baby! Honey Baby!
Oh! Minha Honey Baby
Baby! Honey Baby!...

Oh! sim!
Eu estou tão cansado
Mas não prá dizer
Que eu tô indo embora...

(...)"

Vapor Barato -
Jards Macalé e Wally Salomão

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Eu não quero saber o quanto não sou perfeita. Cansei de conceitos a meu respeito que mais soam como suspeitos. O desejo é seu, não fui eu quem alimentei isso e a vontade é minha de não querer participar dessa sua criação que enxerá de tédio a minha noite. O seu sorriso me enxerá de alegria, o seu olhar me enxerá de vaidade, mas as tuas palavras já serão ociosas e repetitivas. Teus gestos, um somatório de "déjà-vus".
Saia ou saio eu desse inferno de Dante, onde não somos mais o que fomos antes. Não fui eu, mas sim você a fazer um trapo do que era roupa de gala. Sou eu e minha vaidade que não querem mais usá-la. Quero rasgar do meu corpo essa vulgaridade que é te amar no meio de seus temporais. Sairei, e ao te deixar, terei a impressão de ter perdido cinco quilos em meu corpo frágil. Estarei mais livre, com a liberdade de quem não possui nada, mas tem as mãos libertas para conseguir tudo. Com a liberdade de quem não tem pra onde ir, mas todos os caminhos como opção para reviver a terra, a grama ou a água. E todos. Estarei livre, como quem não é amada, mas ama e entrega os sentidos à vida. Saia, e esqueça todas as medidas duplicadas, de tempo, de tempero, de dinheiro, de amor. Sinta-se próprio, adote a si mesmo, retire do seu corpo cada curva de minha "perfeição".
E ao se sentir mais leve, como eu, terá a apenas a certeza da serenidade que acompanha cada boa decisão. Sem saber mais dos risos que vinham de madrugada, encontrarei novamente os sonhos que ainda fazem sentido. Porque pra mim, por ser amor, é que cada palavra importa. Pensarei não mais em você, mas em tudo o que é e que foi bom, o que não dependeu de nada e nasceu por mim, e voarei.

(Amanda Bandeira)


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sábado, 27 de fevereiro de 2010

Ouço estrelas...


Uma pessoa um dia me disse que mereceríamos todas as estrelas, caso nunca perdêssemos o brilho dos olhos... Mas, infindável suspiro, um dia crescemos e notamos que a Via Láctea fica bem mais além. Pior, sequer podemos enxergá-las daqui, abaixo da gravidade.
Você conta os dias que amanheceram nublados? Eu os subtraio pelos de Sol, assim vejo nele todas as estrelas reunidas, todas as que me foram prometidas, todas as que eu esqueço enquanto durmo e enquanto não olho para o céu com meu óculos vermelho-raio imaginando decifrar seus desenhos a me levar... Se as posso ver? Ah posso, não ando no chão, flutuo.

(Amanda Bandeira)

A estrela que me faz parecer ver uma torre
agora me distrai dos galhos retorcidos que me ameaçam.
O sol que espero não traz em si vida e amplidão
Mas a certeza de um Norte e de um Sul
Que margeiam a minha vida
e comandam meus pés, pernas, mente
Me trazem paralelamente a certeza de um caminho
que não prevejo
e sigo
e nada mais quero do que o prazer que se esvai na fumaça

E no final da neblina
Torre luminosa
Ponto imaginária
Lá está.

_Voltando de Garanhuns.
_Chuva, nevoeiro e frio.
_No outro dia, Sol.

(Amanda Bandeira)

Déjà vu...


Por vezes o passado volta, e embora os conhecidos e velhos trajes,sempre vem de uma maneira nova. Não digo que esse reencontro seja melhor ou pior, mas traz um sentimento de absurdo ou uma capa de euforia o acompanha.
Como não saber se não se está metendo os pés pelas mãos novamente? Impossível... só dá pra escutar agora a voz de Gal: "...vai sem medo de se arrepender...".
E por mais que se diga que ele é lindo, há um contraponto: me deixa burra. Sei que pra você essa é a graça do negócio. Melhor dizendo, a alma.
Se todas as luzes que se acenderam um dia pra mim brilhassem de novo, o palco estaria pequeno. Não dá pra perder o talento, alguém me confirmou isso veêmentemente, mas -e concordo inteiramnete,- perde-se o estímulo e o entusiasmo. O que bateu à minha porta significa muito disso pra mim.

(Amanda Bandeira)

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Durmo com ursos
E procuro um amor perfeito
Minha camisola é de malha vermelha
E há marcas quelóidadas no meu peito
O gosto na boca me apraz,
O sentir me corrói
O não fazer... desse preciso mais
Mas se quero
A risada
Nua
O teu apartamento
O sonho na ondulação do incenso
O silêncio
A tua pressa
Um ter intenso
E um quê
Cabelo entre os dedos
Muito mais entre...

E o atinar daqueles medos.

(Amanda Bandeira)

Ps.: Esse é mais um pra chamar de seu.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Desejos




Mãe, eu posso ter uma bota da Elke Maravilha?


Dedicada a Marcelo.

pff...



Pra quem chegou aqui e esperava uma "obra pra chamar de sua", bom está sendo feita, mas por motivos de manutenção pessoal, não tive como concluir o texto.

Você sabe que me adora.

Meus Ovos de Ouro...!

"Hum, que nome estranho... Por quê??"

Foi a perunta que me fizeram de imediato. Penso que logo imaginaram isso...


Mas como não sou homem, consequetemente não sou dotada dos apetrechos que o indivíduo acima segura, logo o motivo só poderia ser parecido com esse mesmo:

e não que eu tenha qualquer coisa a ver com o animal que fez isso, mas por que aqui vocês lerão sobre coisas que me são muito caras: relacionamentos dos mais diversos tipos, vivêcias cotidianas e, essencialmente os mais diversos sentimentos e pensamentos que os mesmos causam.

Isto posto, façamos (agora sim) como este animal logo abaixo.


No mais, "O futuro ao porvir pertence." (Dodó Macêdo)

Até lá!

...e isso???


Uns poucos entenderam o que o texto anterior queria dizer. Bem, eu também não tenho a mínima obrigação de explicar. Mas vou.

Ele é relativo ao acidendente que sofri no dia anterior, quando voltava para Arcoverde no ônibus da faculdade. Na hora, a cena e o sentimento eram uma mistura de desespero, medo, mas também havia uma certa dose de alívio. Espero que o texto tenha sido fiel ao que senti.

Enfim, encerro com uma frase de Dirceu Alves (jornal O Pasquim):

"Milagre é o sujeito conseguir chegar ao fim da vida são e salvo."